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Será que o Acolhimento Familiar é uma modalidade pouco difundida no Brasil por não existirem famílias que queiram acolher? Esse é um mito muito frequente a respeito do SFA, principalmente por ser um Serviço relativamente recente no país. (Confira outros Mitos sobre o acolhimento familiar) A realidade é que prevalece a cultura de institucionalização porque as pessoas ainda não têm conhecimento o suficiente sobre o SFA, as diferenças em relação à adoção e ao apadrinhamento afetivo, por exemplo, ou o verdadeiro propósito do acolhimento familiar (entenda melhor em O que é o Acolhimento Familiar?). Por isso é tão importante a divulgação da proposta, tanto em nível nacional como local. O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora depende diretamente da participação da comunidade, pois são as famílias acolhedoras que recebem e cuidam dos acolhidos.

Como mobilizar novas famílias acolhedoras?

Encontrar famílias candidatas com perfil, aptidão e disponibilidade para o acolhimento de crianças e adolescentes é uma tarefa que exige tempo, atenção e recursos financeiros. A primeira etapa é fazer a divulgação dessa oportunidade à sociedade, com linguagem acessível e convidativa, além de informações claras, como: o que é o SFA, para quem e por que existe. A informação da sociedade é uma etapa necessária para o posterior interesse das famílias em se envolverem neste Serviço.

Não é necessário que a equipe do SFA conte com profissionais do Marketing ou Publicidade e Propaganda que desenvolvam campanhas publicitárias. É possível utilizar recursos de divulgação que já existem, como os materiais de mobilização que são disponibilizados aqui. Mas como a divulgação é um trabalho constante, é fundamental que haja envolvimento e dedicação para esse propósito. Existe a possibilidade de criar parcerias com profissionais ou empresas da área, além de mobilizar todos os atores do Sistema de Garantia de Direitos para difundir a importância do Acolhimento em Família Acolhedora.

Quem organiza a divulgação?

Cabe ao órgão gestor municipal organizar e envolver parceiros voluntários, profissionais do SGD ou das áreas de publicidade para elaborar ações e campanhas adequadas ao SFA no município. No entanto, também é importante que a equipe profissional do Serviço de Acolhimento, assim como as famílias acolhedoras, participe dessa divulgação. São eles que possuem a experiência real do acolhimento, portanto, são os mais indicados para explicar os objetivos e funcionamento do SFA.

O que e onde divulgar?

Para atrair novas famílias, é possível utilizar vários canais, pois as famílias com potencial podem estar em diversos lugares. Posts em mídias sociais e plataformas de mensagens instantâneas como Facebook, Instagram e WhatsApp; flyers e cartazes espalhados pela comunidade, em locais de circulação, além de anúncios em jornais, rádios, revistas e televisão são boas estratégias de divulgação. E como fazer com que essa comunicação funcione bem? Para isso, uma boa peça de comunicação deve conter:

  • Informações gerais sobre o Acolhimento Familiar (explicando que é provisório, para crianças e adolescentes em medida protetiva que precisam de cuidados e afeto individualizados);
  • Informações sobre a palestra de apresentação do SFA (onde e quando acontecerá/acontece);
  • Dados para inscrição (sugere-se aqui que seja por um canal facilitado, como e-mail ou site).

Confira na seção materiais de divulgação as peças disponíveis para download gratuito. Além da internet e canais de transmissão, o contato pessoal também pode ser um bom meio de divulgação. Alguns exemplos são:

  • Palestras em universidades, faculdades, igrejas, associações, centros comunitários e empresas locais;
  • Divulgação feita com ajuda de líderes comunitários e figuras públicas;
  • Filmes curtos para serem exibidos em eventos;
  • Distribuição de material promocional com a logo e contato do SFA, como canecas, chaveiros, canetas, blocos de anotação, sacolas etc.;
  • Busca ativa por famílias com perfil para acolher a partir de visitas a bairros e pequenas comunidades, ligações e encontros informais.

Quais são as expectativas?

Quanto mais pessoas tiverem contato com a divulgação, melhor tende a ser o resultado, certo? Sim, mas o processo não para por aí. Após a mobilização, inicia-se outra etapa, pois nem todas as pessoas que gostariam de se envolver possuem o perfil para tanto.

Você pode ter mais informações sobre o processo de seleção em Formação, seleção e acompanhamento de famílias acolhedoras.

Na Espanha, país com anos de experiência no acolhimento familiar, estima-se que apenas 10% das pessoas que tiveram contato com alguma ação de divulgação se tornaram uma família acolhedora. Então, as campanhas devem ser contínuas, diversificadas e sempre atualizadas a partir do feedback para atingir resultados efetivos.

Saiba mais sobre a mobilização de famílias no Caderno 4 do Guia de Acolhimento Familiar.