Depoimentos
O que contam os jovens acolhidos
“Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu estava sem mãe, sofrendo, fui acolhido e a família acolhedora cuidou de mim e olha que eu dei bastante trabalho. Hoje com 21 anos, moro numa casa construída no sítio da minha família acolhedora e consigo realizar minhas atividades sozinho. Tenho muitas lembranças, mas acho que a melhor é saber que mesmo com todos os problemas, a família acolhedora continuou comigo.”
Jovem acolhido, Cascavel/PR
“Eu fui acolhida primeiro em uma instituição e depois transferida para o acolhimento familiar. Na família acolhedora é tudo diferente, nós temos um quarto, um guarda-roupa, as nossas próprias roupas e outros pertences. Vamos para onde a família acolhedora vai. Fazemos viagens juntos, vamos à igreja juntos, às vezes até brigamos, mas resolvemos, afinal somos família. Minha maior lembrança é de ter mais afeto.”
Jovem acolhida, Cascavel/PR
O que contam as famílias acolhedoras
“Ser família acolhedora é aguardar ansiosamente a chegada da criança, é ganhar olhares, sorrisos, choros e abraços sem precisar pedir. É ficar pouco tempo com ele(a), mas amar imensamente. É cuidar, amar, ensinar, beijar e abraçar sem limites. É dormir agarradinho e sair correndo em busca do melhor leite e acordar de madrugada para trocar fraldas, é ter um filho temporário e amar eternamente, mesmo sabendo que logo diremos tchau, mas com o sorriso no rosto agradecendo o privilégio de ter feito o que mais amamos, cuidar e acolher com amor. Família acolhedora é ser feliz!”
Membro de uma família acolhedora, Piracicaba/SP
O que contam as famílias de origem/extensa
“A gente conheceu o serviço Família Acolhedora, quando a Carla, minha sobrinha, foi acolhida com 1 mês de vida. Quando ligaram pra gente e informaram que ela estava em um abrigo, o susto foi muito grande, porque num abrigo você já imagina muitas crianças, imagina algo não acolhedor, algo mais frio, e aí quando a gente foi visitá-la, nos informaram como é que funcionava a família acolhedora, que era uma família que ficava exclusivamente por conta daquela criança. E a experiência foi surpreendente, foi maravilhosa, assim de saber que nesse tempo que ela ficou abrigada ela ficou com uma família que só quer o bem dela, uma família que se dispõe, que se doa, que é totalmente amor, que se doa muito para ficar com aquela criança, acolhê-la da melhor forma possível, dando toda assistência, todo carinho.”
Membro de uma família extensa atendida pelo SFA, Brasília/DF
O que contam as famílias por adoção
“Saber que nossa filha estava em uma família foi nosso melhor presente. Na aproximação trocamos sentimentos e muitas informações. Nos encontramos muitas vezes e em cada despedida ela pulava de colo em colo. Então entendemos como ela se sente amada. No encerramento desse processo o sentimento é de gratidão! Para sempre!”
Família por adoção, São Paulo/SP
Desafios no processo de acolher: depoimentos de famílias acolhedoras
“Pedro chegou miúdo com seus quase dois meses de vida e pouco chorou. Choro de menos. Apatia. Desconforto e até receio do banho. Não reclamava nem de fome. Esperava sua hora… E fomos nos conhecendo. E ele foi se apropriando do seu direito de ter fome, sede, frio, calor, dor, medo, prazer, alegria. E colo, muito colo. Uma semana depois sorria quando o Ro cantava para ele. E foi gostando: da música, do banho, do colo, das brincadeiras, do sino de vento, da cachorra, da jabuticaba… E o sorriso uma vez libertado não o abandonou mais. Sorriso de mostrar o céu da boca. E vinha da alma atingindo e cativando todos ao seu alcance. E as personagens de sua história foram chegando e circulando à sua volta: mãe, pai, avó, avô, tia, amigos, técnicas, conhecidos de uns e outros. E todos igualmente cativados pela sua doçura nascida de simples afeto. Nutrição gratuita que faltava para o desabrochar do humano Pedro. Encantador menininho.”
Membro de família acolhedora do Instituto Fazendo História, São Paulo/SP
“Alice chegou assustada e demonstrava isso no choro durante o banho, nos movimentos de seu corpinho mostrando desconforto, nos olhos alertas, no sono entrecortado. Por outro lado, sempre teve muita vontade de viver, seja pela forma afoita e gulosa como mama ou pelo choro alto demonstrando força para dizer a que veio. Aos poucos começou a se conectar com a nossa voz quando conversamos com ela. Já não fica mais assustada quando a pegamos no colo e gosta bastante do toque de nossas mãos em seu rostinho tão bem-feito. Ela ama ficar no colo e se acalma com o calor do nosso corpo. O vínculo entre nós já está selado e vai se fortalecendo no dia a dia, nos cuidados que temos dedicado a ela e no amor e bem-querer que sentimos.”
Membro de família acolhedora do Instituto Fazendo História, São Paulo/SP